Introdução
Com a globalização da economia e a digitalização do mercado financeiro, investir em ações internacionais deixou de ser algo restrito a grandes investidores. Hoje, qualquer brasileiro com acesso à internet pode se tornar sócio de gigantes como Apple, Amazon, Google, Tesla, Microsoft, entre outras.
Mais do que uma moda, investir no exterior é uma forma inteligente de proteger o patrimônio, diversificar riscos e aumentar as chances de retorno no longo prazo. Isso porque o mercado brasileiro representa menos de 1% da capitalização global das bolsas — ou seja, quem investe só aqui, está ignorando 99% das oportunidades no mundo.
Neste guia completo, vamos explorar como investir em ações internacionais mesmo morando no Brasil, incluindo os diferentes caminhos disponíveis, os prós e contras de cada um, além de um passo a passo para começar com segurança.
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Por que investir no exterior?
1. Diversificação geográfica
Um dos principais princípios da boa gestão de investimentos é a diversificação. E isso não se aplica apenas a tipos de ativos, mas também a localidades. Ao investir em empresas americanas, europeias ou asiáticas, você dilui o risco de crises políticas, econômicas ou fiscais concentradas no Brasil.
2. Exposição a empresas líderes mundiais
A maioria das empresas inovadoras e com maior capitalização de mercado está fora do Brasil. Investindo no exterior, você pode ter ações de:
- Apple
- Google (Alphabet)
- Microsoft
- Johnson & Johnson
- Coca-Cola
- Nvidia
Essas empresas possuem histórico de crescimento e são referência em inovação e governança corporativa.
3. Proteção contra desvalorização do real
Investimentos em dólar ou outras moedas fortes funcionam como uma espécie de seguro cambial. Se o real se desvalorizar, o valor do seu patrimônio em reais sobe automaticamente. Isso é fundamental para preservar poder de compra a longo prazo.
4. Acesso a setores que não existem na B3
A Bolsa brasileira (B3) é muito concentrada em bancos, commodities e empresas estatais. Já as bolsas americanas, como a Nasdaq e a NYSE, oferecem empresas de tecnologia, saúde, inteligência artificial, semicondutores, energia renovável e muito mais.
Formas de investir em ações internacionais
Morando no Brasil, você pode investir fora do país de pelo menos três formas principais:
1. BDRs – Brazilian Depositary Receipts
Os BDRs são recibos de ações estrangeiras negociados na B3. Eles permitem exposição a empresas globais sem precisar enviar dinheiro para o exterior.
Exemplos:
- AAPL34 (Apple)
- TSLA34 (Tesla)
- AMZO34 (Amazon)
- MSFT34 (Microsoft)
Vantagens:
- Negociação em reais
- Acesso fácil via corretoras nacionais
- Sem burocracia para remessas internacionais
Desvantagens:
- Menor liquidez do que as ações originais
- Tributação de 15% sobre lucro sem isenção mensal
- Conversão cambial impacta resultado final
2. ETFs internacionais
ETFs são fundos que replicam índices. Alguns ETFs brasileiros oferecem exposição ao exterior. Exemplo:
- IVVB11: replica o S&P 500 (500 maiores empresas dos EUA)
- NASD11: replica o Nasdaq 100 (foco em tecnologia)
Você também pode comprar ETFs diretamente nas bolsas americanas (com conta em corretora internacional), como:
- SPY (S&P 500)
- QQQ (Nasdaq 100)
- VT (ações globais)
Vantagens:
- Alta diversificação com um único ativo
- Baixo custo
- Exposição a centenas de empresas em uma só operação
Desvantagens:
- Pouco controle sobre empresas específicas
- Tributação semelhante aos BDRs
- Exige atenção à alocação
3. Corretoras no exterior
A forma mais completa de investir no mercado internacional é abrindo uma conta em uma corretora estrangeira, como:
- Avenue
- Nomad
- Sproutfi
- Interactive Brokers
Com isso, você pode comprar ações diretamente nas bolsas dos EUA ou de outros países, em dólar.
Vantagens:
- Acesso a ações, REITs, ETFs, bonds e muito mais
- Compra diretamente em dólar
- Melhor liquidez e variedade de ativos
Desvantagens:
- Envio de recursos para o exterior (custo de câmbio)
- Obrigações fiscais mais complexas
- Declaração de bens no exterior à Receita Federal
✅ Dica: Muitos brasileiros começam pelos BDRs e, com o tempo, evoluem para uma conta no exterior para ter mais autonomia e controle sobre a carteira.
Como abrir conta em uma corretora internacional
Abrir conta em corretoras americanas ficou simples e rápido. Plataformas como Avenue e Nomad permitem fazer isso 100% online, inclusive com câmbio integrado.
Passo a passo:
- Acesse o site ou app da corretora
- Envie documentos como RG ou CNH e comprovante de residência
- Faça a conversão de reais para dólar
- Envie os recursos (via TED ou Pix)
- Invista nos ativos desejados
Corretoras como a Avenue oferecem suporte em português e ajudam com o envio de informações para a Receita.
Quanto é preciso para começar?
Investir no exterior não é mais coisa de rico. É possível começar com valores baixos:
- BDRs a partir de R$30
- ETFs como IVVB11 a partir de R$100
- Ações fracionadas nos EUA por menos de US$10
A estratégia ideal é começar pequeno e com frequência, como parte de uma carteira diversificada.
Tributação: entenda antes de investir
BDRs e ETFs na B3:
- Lucros são tributados em 15%
- Não há isenção para vendas abaixo de R$20 mil (como nas ações brasileiras)
- Dividendos pagos no exterior têm retenção de imposto
Investimentos diretos no exterior:
- Isenção de IR para vendas mensais de até US$35 mil
- Acima disso, paga-se 15% sobre o lucro
- É necessário preencher o GCAP e incluir na declaração anual
- Dividendos pagos por empresas americanas são taxados em 30% na fonte
📘 Não sabe como fazer isso? No Guia Prático de Investimentos, explicamos em detalhes como declarar corretamente seus ativos globais.
Melhores estratégias para investir fora do Brasil
1. Comece por ETFs globais
Se você é iniciante, ETFs como IVVB11 (S&P 500) e NASD11 (Nasdaq) oferecem exposição ampla e com risco diluído.
2. Combine BDRs com ações brasileiras
Diversifique aos poucos. Não troque toda sua carteira de uma vez. Use os BDRs como forma de testar o mercado internacional com simplicidade.
3. Tenha metas em moeda forte
Se você pretende fazer uma viagem internacional, morar fora ou pagar por educação no exterior, ter parte dos seus investimentos em dólar é essencial.
4. Foque no longo prazo
A volatilidade cambial pode impactar o curto prazo, mas os fundamentos das empresas globais se mostram no longo prazo.
Comparativo prático: BDR x Corretora no exterior
Característica | BDR na B3 | Conta em corretora internacional |
---|---|---|
Moeda | Real | Dólar |
Liquidez | Média | Alta |
Variedade de ativos | Limitada (100+ BDRs) | Total (ações, REITs, ETFs, etc.) |
Tributação | 15% sem isenção | 15% com isenção até US$35 mil/mês |
Burocracia | Baixa | Moderada (declaração no exterior) |
Ideal para quem | Está começando | Quer autonomia e maior portfólio |
Erros comuns ao investir no exterior
- Ignorar o câmbio: não planejar a conversão e acabar comprando em momento ruim do dólar
- Não declarar os investimentos: o risco de cair na malha fina é real
- Concentrar em poucas empresas: mesmo nos EUA, diversificação é essencial
- Esquecer da liquidez: nem todos os ativos têm saída fácil
Conclusão
Investir em ações internacionais morando no Brasil nunca foi tão acessível, estratégico e necessário. Com os recursos atuais, qualquer investidor pode proteger seu patrimônio, acessar as maiores empresas do mundo e preparar sua carteira para o futuro.
Você não precisa ser milionário, nem dominar o inglês financeiro. Comece pequeno, invista com regularidade e evolua conforme seu conhecimento cresce.
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